
Dificuldades de
Alimentação na Infância
O que é a consulta de alimentação infantil?
O ato de comer, ao contrário do que se possa pensar, não é totalmente reflexo e instintivo. Na verdade, existe uma aprendizagem alimentar, na qual a criança desenvolve uma série de competências gradualmente mais complexas. Este desenvolvimento alimentar não é igual para todas as crianças, e quando as dificuldades na alimentação surgem têm um grande impacto na vida da criança e da família. Quando a criança não quer comer, recusa ou apresenta resistência a certos alimentos é importante perceber porquê.
Para dar resposta a estas crianças e as suas famílias, a Destrava-Línguas criou a consulta de alimentação infantil. Nesta consulta é analisada a alimentação da criança ao pormenor, com o contributo da Terapia da Fala e Terapia Ocupacional (e caso necessário, outras especialidades), de forma a detetar dificuldades persistentes ou pontuais na alimentação, assim como fornecer estratégias aos pais para atingir o sucesso alimentar da criança.
Porquê uma abordagem multidisciplinar?
Comer é uma das ações mais complexas que o ser humano faz. Para comer necessitamos não só de competências oromotoras, isto é, controlo e força nas estruturas da boca, face e garganta, mas também de competências sensoriais (cheirar, ver, ouvir, saborear, tocar). Por este motivo, é imprescindível perceber quais as competências/áreas que estão mais comprometidas e que justificam a dificuldade alimentar que a criança apresenta. O Terapeuta da Fala é o responsável pela avaliação e intervenção nas áreas oromotoras, enquanto que o Terapeuta Ocupacional encarrega-se das questões sensoriais da criança.
As dificuldades alimentares podem-se manifestar em diferentes comportamentos e em diferentes idades. Conheça os sinais de alerta:
No período da amamentação/alimentação por biberão:
-
Dificuldades persistentes em ganhar peso;
-
Dificuldade em coordenar a respiração com a sucção e a deglutição;
-
Engasga-se, tosse ou vomita com frequência;
-
Refluxo gastroesofágico acentuado, com choro e sinais de desconforto após a alimentação;
-
Desinteressa-se, resiste ou recusa o aleitamento frequentemente.
Na introdução alimentar
-
Dificuldades presistentes nas transições de consistências (ex: líquidos para sólidos).
-
Desinteressa-se, resiste ou recusa alimentos de uma certa textura (crocantes, escorregadios, esponjosos, etc.) ou um certo grupo alimentar (carne/peixe, vegetais, frutas, etc.).
-
Fica incomodado/a ao tocar, cheirar ou provar a comida, especialmente alimentos novos.
Após introduções alimentares
-
Dificuldades na mastigação de sólidos.
-
Tempo de refeição prolongado (>30 min).
-
Desinteresse, recusa ou seletividade persistente na sua alimentação.
-
Aceita menos do que 20 alimentos diferentes na sua alimentação.
Os pais, familiares e outros adultos consideram que
-
A criança é "esquisita" para comer.
-
A hora da refeição é uma experiência negativa.
-
Têm de obrigar a criança a comer.
-
A alimentação é um assunto que causa ansiedade.
-
Afeta negativamente a rotina familiar.